quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Uma vez que os dominós começam a cair, quem sabe onde as coisas vão parar.


Relações afetivas doentias causam danos irreparáveis, sejam entre pais e filhos ou entre casais. Depois de terem se consumido por dentro, dar um fim à carne se torna um mero detalhe. Você acorda e se percebe incapaz. Quantas vezes já tentaram lhe mostrar isso sem você se dar conta? Sua constatação é reforçada pelas pessoas que lhe rodeiam, e isso só faz aumentar o sofrimento. Frente à derrota, o mais honesto é relaxar os braços e permitir que ela lhe afague. Problemas são como doenças contagiosas: se você não souber controlar, acaba envolvendo outras pessoas. Mesmo assim, ainda há quem prefira se esconder atrás de uma fortaleza de papel ao invés de encarar o problema de frente, evitando que ele se torne ainda maior. Parafraseando Stephen King: "uma vez que os dominós começam a cair, quem sabe onde as coisas vão parar?" A mentira é traiçoeira. Cria uma cadeia de falsidade que te alimenta e mantém vivo, mas depois te leva ao chão. A ânsia pela verdade inevitavelmente traz à tona fatos que nós prefirimos nunca termos tomado conhecimento. Quem disse que as novidades são sempre bem vindas? Quando sofrer já não significa nada, amar perde o sentido. Chegou à hora! O fim da crueldade, das mentiras e dissimulações. É realmente indescritível o alívio de dormir o sono dos justos, sabendo que ser melhor do que nada não é suficiente. Pro causador da confusão fica sempre mais fácil acreditar num recomeço. Mas às vezes as marcas deixadas são profundas o suficiente para destruir as esperanças. Nesse caso só nos resta crer que fizemos a melhor escolha, com a certeza de termos sido justos durante todo o percurso.Vivendo sozinhos, esquecemos muitas coisas que já nos foram corriqueiras. Desenvolvemos uma maneira própria de viver. Coisas que não entendemos acabam indo pro fundo de nosso pequeno baú de memórias. É difícil ter que reaprender tudo em tão pouco tempo e depois ser largado para caminhar com as próprias pernas novamente. Mesmo nos deixando aparentemente livres, as prisões psicológicas ainda são uma grande chaga da humanidade. Mesmo com a dita evolução da ciência e tecnologia, continuamos vivendo em regime de servidão. Uma prisão que não conseguimos ver, mas da qual dificilmente saímos incólumes. Você é uma mulher já independente, vivendo numa cidade que lhe é totalmente estranha. Em suas costas desabam cobranças, que lhe remetem aos tempos de infância. Já passaram anos demais, já é tarde pra se traçar um novo destino. La Poza? Nada mais do que um caminho onde você se sente segura. Lá o tempo pára, e seu coração se esquece só de lembrar dos bons momentos passados em sua terra natal, há dois meses. Dois meses que agora parecem tão distantes. Em junho de 2004 tive uma pessoa muito querida internada em uma clínica psiquiátrica. Estas são as suas memórias, pensamentos e exasperações, sob o meu ponto de vista.
Texto retirado do encarte do CD da banda Envydust.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Viciante amor.


Eu quero ficar em paz comigo mesma e escutar apenas o silêncio profundo que invade os meus pensamentos sem nenhum ruído, sem nada que me faça pensar em você! Não está sendo fácil ficar longe, sem te sentir, sem te tocar, é como um vício, é como se eu estivesse entrando em abstinência de uma droga que causa alucinações, transtornos e obssessões.É como se a cada dia eu descobrisse o quanto é doloroso não ter um pouco dessa sua dose de carinho, de amor.Preciso me internar, fugir, me esconder para não cair , pra não ter você só mais uma vez, porque eu sei que toda vez que eu resolvo experimentar eu caio em depressão, você já não faz mais o efeito que fazia antes em meu corpo. Você é livre e vicia outras pessoas enquanto eu sou apenas mais uma dependente daquilo que você tem e que a cada dia me consome. Será que um dia eu vou me livrar de você dessa droga? Droga de amor.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Cotidiano.


Ela abre os olhos lentamente, a cama está tão aconchegante, o barulho dos pássaros cantando, o sol querendo invadir o quarto com os seus raios quentes e ela percebe que é hora de levantar. Alonga seu corpo, se estica na esperança de alçancar o céu como no sonho que acabara de ter, é tudo tão simples pensa ela, e porque insistimos em complicar tudo? Caminha em direção ao banheiro e no meio do caminho vai ficando nua, joga a camisola em cima da cama, algumas roupas jogadas no chão do quarto, tênis e sandálias que criam uma confusão: será uma garota ou uma mulher? Eis a grande dúvida. E ela toma um banho daqueles demorados,a água quente caindo em seu corpo...às vezes melhor que um orgasmo pensa ela. Volta para seu quarto, se olha no espelho, percebe quantas dúvidas ainda tem, pensa um pouco nele, mas logo volta para sua imagem e percebe uma espinha pequenininha no rosto, faz um drama....mas logo percebe o quão bonita é! Coloca uma roupa simples, mas que adora, e sem muito esforço fica sexy, porque ela é sexy sem parecer vulgar, ela encanta, ela é cheia de vida! E antes de sair toma apenas um suco,como sempre está atrasada e corre em direção a felicidade...Anda, corre, persegue, luta, foge mas ela está ali...nunca some. O dia vai passando e essa garota...mulher...dá risadas com os amigos, conversa sobre assuntos importantes, outros, só bobagens, mas de repente ela fica quieta.
Em direção ao banheiro ela vai, mais uma vez se olha no espelho, a angústia parece tomar conta e ela chora,um choro de criança, um silêncio assustador percorre seu corpo, e uma lágrima escorre em direção ao peito. Fecha os olhos, esquece a dor e volta a sua vida. Sai pelas ruas cantando alguma música, homens em sua volta dizem elogios, mas ela nem liga, aprecia mais um vez o sol que está se pondo, o friozinho da noite chegando, as luzes de São Paulo, carros passando...
Chega em casa, faz um carinho em seu cachorro e vai para o quarto, pega uma caixa antiga e sente saudades, tantas saudades, tantas lembranças.
Mas uma história se acabou e ela continua viva, chora mais uma vez e compreende,
agora ela é uma mulher e a esperança sempre renasce em seu coração. Coloca sua camisola, se cobre com aquela manta tão quentinha, satisfaz um pouco seus desejos e dorme. Um sono leve, gostoso, e sonha.
Mais um dia se acabou , esse é o seu cotidiano.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Masturbando minha mente de sonhos.

Toda traidora tem seu dia de enganada. Toda vontade negada tem seu dia de câncer. Todo silêncio tem seu dia de grito desesperado. Meu pouco puta, safada, tarada, não tem um pingo de compostura. Meu pouco criança sofre e se diverte com o meu pouco louca. Meu pouco adulta perdoa tudo porque tem total consciência do meu pouco criança.Mas cada pouco espera o grande momento. A grande virada. O longo suspiro de paz. Cada pouco espera o colo, a excelente trepada, o beijo silenciador de neuroses, o abraço aquecedor de angústias...Eu não tenho tesão nenhum em separar o certo do errado. Espero não agüentar mais a dor do caminho errado para mudar de vida, é só isso que acontece. E o caminho certo também não me dá muito tesão não. Menos aquele que a gente fez para fugir, menos aquele que a gente fez para se pegar, se entrar, parar de pensar em sentir e sentir de uma vez. Eu não sou morna e, se você não quiser se queimar, morra na temperatura do vômito. E bem longe de mim. Ou venha me ajudar a ferver essa banheira. Vamos ficar cegos de vapor e vermelhos de vida. É sangue que corre nos meus sentimentos e não o enjôo morno de uma vida que se vai empurrando com a barriga. Minha vontade de ser feliz é como a sua de gozar. E se eu te iludisse de tesão e levantasse rápido para retornar a minha vida? Você continuaria se fodendo sozinho para fugir da dor: é assim que vivo, masturbando minha mente de sonhos para tentar sugar alguma realização. É assim que vivo: me fodendo. Texto de Tati Bernardi.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

A procura de novidades.

Já apaguei muitas partes da minha vida mas confesso que nada deu certo.
Fotolog, orkut, blog ,todo e qualquer meio de comunicação para que as memórias não voltassem mas descobri que por mais que você queira elas permanecem com você e nunca serão esquecidas.
Talvez substituídas,mas nunca esquecidas.
Nada é pra sempre e todas às vezes que eu descubro isso, sinto que é da pior forma possível, mas é porque eu nunca percebo quando acabou...
Dói,a gente fica mal, acha que o mundo acabou...
Mas no mesmo dia a gente toma um banho, sai e descobre que a vida é muito mais além disso.
Tem dias que fico pensando o que eu quero da vida e chego sempre na mesma conclusão: Eu não sei o que quero apenas sei o que não quero! E isso tem ficado mais claro a cada dia.
Dá medo ter que recomeçar, conhecer novas pessoas, novos lugares, não é sempre que a gente tá com vontade de olhar pro mundo e dizer: To aqui!
Mas pela primeira vez na vida eu sinto falta disso!De conhecer lugares,pessoas, cheiro de novidade sabe. É isso que eu quero!
A vida é feita de novidades e sem nenhuma o que fazer para continuar vivendo?