quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Masturbando minha mente de sonhos.

Toda traidora tem seu dia de enganada. Toda vontade negada tem seu dia de câncer. Todo silêncio tem seu dia de grito desesperado. Meu pouco puta, safada, tarada, não tem um pingo de compostura. Meu pouco criança sofre e se diverte com o meu pouco louca. Meu pouco adulta perdoa tudo porque tem total consciência do meu pouco criança.Mas cada pouco espera o grande momento. A grande virada. O longo suspiro de paz. Cada pouco espera o colo, a excelente trepada, o beijo silenciador de neuroses, o abraço aquecedor de angústias...Eu não tenho tesão nenhum em separar o certo do errado. Espero não agüentar mais a dor do caminho errado para mudar de vida, é só isso que acontece. E o caminho certo também não me dá muito tesão não. Menos aquele que a gente fez para fugir, menos aquele que a gente fez para se pegar, se entrar, parar de pensar em sentir e sentir de uma vez. Eu não sou morna e, se você não quiser se queimar, morra na temperatura do vômito. E bem longe de mim. Ou venha me ajudar a ferver essa banheira. Vamos ficar cegos de vapor e vermelhos de vida. É sangue que corre nos meus sentimentos e não o enjôo morno de uma vida que se vai empurrando com a barriga. Minha vontade de ser feliz é como a sua de gozar. E se eu te iludisse de tesão e levantasse rápido para retornar a minha vida? Você continuaria se fodendo sozinho para fugir da dor: é assim que vivo, masturbando minha mente de sonhos para tentar sugar alguma realização. É assim que vivo: me fodendo. Texto de Tati Bernardi.

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