sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A marca

O vício é a marca de toda história de amor baseada na obsessão. Tudo começa quando o objeto de sua adoração lhe dá uma dose generosa, alucinante de algo que você nunca ousou admitir que queria - um explosivo coquetel emocional, talvez, feito de amor estrondoso e louca excitação. Logo você começa a precisar dessa atenção intensa com a obsessão faminta de qualquer viciado. Quando a droga é retirada, você imediatamente adoece, louco e em crise de abstinência (sem falar no ressentimento para com o traficante que incentivou você a adquirir seu vício, mas que agora se recusa a descolar o bagulho bom - apesar de você saber que ele tem algum escondido em algum lugar, caramba, porque ele antes lhe dava de graça). O estágio seguinte é você esquelética e tremendo em um canto, sabendo apenas que venderia sua alma ou roubaria seus vizinhos só para ter aquela coisa mais uma vez que fosse.

Enquanto isso, o objeto da sua adoração agora sente repulsa por você. Ele olha para você como se você fosse alguém que ele nunca viu antes, muito menos alguém que um dia amou com grande paixão. A ironia é que você não pode culpá-lo. Quero dizer, olhe bem para você. Você está um caco, irreconhecível até mesmo aos seus próprios olhos. Então é isso. Você agora chegou ao ponto final da obsessão amorosa – a completa e implacável desvalorização de si mesma.

O fato de eu ser capaz de escrever calmamente sobre isso hoje é uma grande prova dos poderes de cura do tempo, porque não encarei os fatos muito bem quando estavam acontecendo mas tudo se supera.



Comer, Rezar, Amar - Elizabeth Gilbert.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

E se conselho fosse bom...

E se conselho fosse bom a gente não dava, não vendia, simplesmente guardava pra si ,porque com certeza uma hora iriamos precisar dele.
Eu sou muito cabeça dura, mas sou como todo mundo, adoro escutar um conselho no qual nunca vou seguir. Eu preciso seguir em frente, andar com as minha próprias pernas, cair de cara no chão, ficar lá estirada, vendo o mundo passar, até conseguir tirar a minha própria conclusão.
Às vezes eu queria que as coisas fossem mais fáceis, mas sou sempre eu que complico! E complico tanto que até eu me perco nas minhas complicações.
De uns tempos pra cá estou tentando fazer diferente, agir de outra forma, procurando até mesmo um outro caminho para me encontrar, mas não adianta, essa forma, esse caminho sempre acaba sendo o mesmo porque esses já fazem parte da minha essência!
Eu sou assim, mudar? Talvez, o mundo vive de mudanças, mas e se essa mudança me fizer descobrir que eu já nem sei mais quem eu sou, porque pelo menos quando eu me perco, tenho a sensação de que um dia vou me encontrar, mas e se eu agir da forma certa, pelo caminho certo? E se eu realmente me encontrar? Será que o medo de me perder de novo vai me deixar seguir em frente?